domingo, 18 de julho de 2010

Cartas para Querubim - nº 08

Começo essa carta ainda sem saber o que dizer para quebrar o gelo inicial que há entre minha vontade de te achar e sua vontade de se esconder.

Que seja pelo começo, então. Há dias sonho com você. Até o segundo dia, ignorei o fato, mas estes sonhos tem ficado insistentes demais. Não acredito naquelas baboseiras de que talvez a pessoa esteja precisando de alguma coisa, mas, de qualquer forma, achei melhor não arriscar.

Confesso que sinto-me um pouco tola, só um pouco mesmo, em estar escrevendo mais uma vez para você, mesmo sabendo que talvez este endereço esteja errado ou que você irá ignorar, novamente, minhas palavras sem importância. Mas, se tem alguma coisa que aprendi com você, é que não podemos deixar nada pendente e que devemos falar tudo que nos dá vontade. E que eu sempre poderia contar com você e não precisava ter medo de ser sincera.

Realmente não entendo porque você não me responde. Já tem tanto tempo que te magoei, já te pedi mil desculpas. Inclusive, numa destas vezes, você me desculpou. E ainda me disse que se divertiu ao me ver tão desesperada para falar com você. Achei que depois disso ficaríamos bem, que seríamos melhores amigos até o fim de nossas vidas. Mas você continua me castigando, me privando das suas teorias e verdades que fizeram de mim, outra pessoa. Vejo tão pouco daquela pessoa em mim que, as vezes, chego a pensar que ela nunca existiu. Chego a temer ao pensar que, talvez, você nunca tenha, de fato, existido. Que apenas passou por mim para me ajudar.

Estou me demorando demais, como já é de costume. Enfim, queria saber se você está bem, Querubim. Todo o resto não é importante.

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