terça-feira, 20 de julho de 2010

Cartas para Querubim nº 06

Meu querido,

Desde que me mudei pra cicade grande, Querú, tento colocar em prática aquilo que conversamos sobre simplificar as coisas. Confesso que falhei algumas vezes, mas você se orgulharia em ver que todos se espantam com a minha calmaria diante do caos. Mas, como eu disse, as vezes fracasso. Ainda escondo a cabeça embaixo do edredon e choro quando quero fugir daqui. Mas á raro.

Lá no meu trabalho as pessoas comentam sobre as desgraças da tv e isso tem me mantido um pouco fora do meio. Tenho medo de ficar neurótica. Acho que já é um começo de uma neurose. Deixa pra lá.

Ontem me dei o prazer de contemplar o céu lá do 16º andar. Olhando estrelas, sentindo o vento frio cortar nas bochechas. Não sei se soa meio suicida, mas me deu uma vontade de pular de lá e sair voando, como geralmente acontece num dos meus sonhos prediletos. Enfim, chega de sonhos.

Voltando a questão da simplicidade, resolvi que continuarei te escrevendo independente se vai me responder ou não. Já virou um hábito tão bom quanto o cigarro com conhaque na sexta-feira a noite. Pouco importa o fato de me responder ou até de ler minhas palavras enfadonhas. Acho que eu mesma, não leria.

Mas, não custa perguntar: Como você está? Talvez você não saiba, mas talvez eu parasse de te escrever tanto se você me mandasse notícias. Que fosse até para me pedir que pare. Aguardo sem esperanças mesmo.

Um beijo.

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