terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Das definições

Olhando de tão alto, mal se pode definir o que é céu e o que é mar. É tudo de um azul tão bonito que pouco importa. Anil, turquesa, royal, marinho. Mania que a gente tem de querer definir as coisas. Um pontinho preto, lá em baixo. Uma embarcação. Parece imóvel, pequeno diante da imensidão azul. Só se percebe o movimento pela fumaça saindo e formando um caminho no ar. Penso em ti, mas evito, desvio o pensamento para o livro. Leio um parágrafo "Fumar me dá um alívio divino, antes expelir fumaça do que dizer rezas de babas hóstias"*. Lembro de ti. Fecho o livro. Turbulência. Por 8 segundos penso no quão chato seria morrer sem você por perto. Porque sou dessas meninas egoístas, quero te levar junto comigo, que seja para o céu ou para o inferno. Tanto faz. Daqui do alto, mal dá para distinguir o que é um ou outro. Que mania a gente tem de querer definir as coisas.



*Trecho do livro "Sylvia não sabe dançar", Cristiane Lisboa - Novo Tempo.

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