segunda-feira, 9 de abril de 2012


Respira fundo. É segunda-feira. Senta-se na cama. O relógio ainda não despertou, mas não cogita deitar novamente. É impossível dormir 7 minutos e acordar melhor que agora.
Vai até a cozinha, faz seu lanche. Não come porque tem preguiça de fazer café. Prefere levar para o trabalho e tomar um café dolorosamente fraco. Melhor do que gastar o pouco de energia que tem.
Vai ao terminal, pega o ônibus. Poderia cumprimentar as pessoas da fila, mas opta por abrir o livro e ler em pé. Aguarda. O ônibus chega, ela sobe. Senta-se no monobanco. Abre o livro novamente. Desce no ponto perto do trabalho 45 minutos depois.
Caminha até chegar ao trabalho. Põe a digital, entra no elevador, passa o cartão para abrir a porta e, depois, para confirmar sua chegada, no relógio-ponto. Atravessa o escritório. Entra na sala.
Liga o computador, digita a senha do computador, a senha do e-mail, a senha do sistema, a senha do e-mail pessoal, a senha do Facebook. Lê os feeds, as frases prontas, vê as imagens. Nada novo. Segunda-feira é um dia louco. Come enquanto espera o horário do trabalho.
Uma hora depois, chega alguém. Ela cumprimenta e não tem resposta. Ninguém é feliz na segunda-feira de manhã. Alguns, nem nos outros dias. Continua seu trabalho. Aos poucos, todos vão chegando e se acomodando.
Digita, desenha, recorta, tira fotos. O telefone toca inúmeras vezes por dia. Pergunta-se “como o Chico consegue fazer do Cotidiano, uma poesia tão bonita?”. Bebe água. Responde e-mails e mensagens no WhatsApp.
Sai pra almoçar, num lugar perto e barato. É fim de mês. Lê mais um pouco embaixo da árvore. É hora de voltar. Sabe que depois do almoço, as horas se arrastam. Senta em frente ao computador, faz o que fez pela manhã. Lamenta não ter visto os cachorros na casa dos pais no fim de semana. Sabe que no próximo vai trabalhar. Semana longa.
Fim do expediente. Atravessa o escritório, passa o crachá no ponto. Desce o elevador. Caminha até o ponto de ônibus. Aguarda. O ônibus chega, ela sobe. Senta-se no banco duplo, poderia ser pior e não ter onde sentar. Abre o livro e lê. Chega ao ponto perto de casa 1 hora e 45 minutos depois. Pelo menos, colocou em dia a leitura.
Diz boa noite ao porteiro, vai até o 7º andar. Tira as roupas, toma banho. Toma um café, assiste Friends, hoje não dá tempo de assistir a novela. Vai pra cama e dorme.

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