quarta-feira, 7 de abril de 2010

É noite e todas as luzes estão apagadas. No meu travesseiro, ela sonha e se revira e murmura alguma coisa que não entendo. Acaricio-lhe as têmporas e, lentamente, ela se acalma. Enquanto eu, insone, imagino como será o dia amanhã, e depois e depois. E como estarei trajada para ocasiões insignificantes. Penso tudo porque acabou os cigarros, a água leve e a liberdade de transitar de um lado para o outro, enquanto olho no espelho e treino expressões, maquiagens, penteados. Meus cabelos estão naquele comprimento onde não há nada para fazer, além de prendê-los. Queria tranças ou queria tão curtos que mal pudessem se conter num rabo-de-cavalo. Essas coisas bobas que só a madrugada nos dá ao luxo de pensar e que escorre entre os dedos das mãos e dos pés. Lembro da tia Carminha falando de números que não dão certo e só agora percebi quanta sabedoria havia ali. E no popular, de que é demasiado. E no meu avô, que nunca se estende quando visita para deixar o gostinho de "quero mais". E que se não há nada importante para dizer, então não diga nada. Acabo por aqui.

Um comentário:

G.G. disse...

gostei desse, traduziu bem uma madrugada ansiosa.. mas ainda sim com muito tédio..