domingo, 17 de maio de 2009

Aos amigos, com amor.

Esse texto era um e-mail que eu estava escrevendo para deixar registrado o quanto algumas pessoas são importantes pra mim. Escrevi tantque acabou se tornando um post no blog.

Andando pelas ruas de São Paulo, principalmente aqui pelo centro, pode se ver pessoas diferentes, atitudes impensáveis, pode se sentir cheiros, agradáveis ou não, pode se saborear delícias e tocar em coisas incríveis. Mas, o que mais me impressiona nessa cidade, é ouvir, apesar de todo barulho dos carros e ônibus, o que as pessoas dizem de surpreendente naquela fração de segundos em que você cruza com uma delas.

Estava caminhando em direção ao terminal, para mais um dia de aula na faculdade. Atravessei a rua pela faixa de pedrestes e, ao chegar do outro lado, ouço uma mulher falando para um de seus dois filhos:

¨- Não, Maicon (acho interessantíssimo a variação de um nome estrangeiro no Brasil), você precisa aprender que não existe esse negócio de amizade. Isso é tudo uma grende mentira. As pessoas te chamam de amigo para te usar e, quando você não serve mais, te jogam fora...¨

Como eu andava um pouco descrente em relação a amizades e estava revendo alguns conceitos que eu fazia dos mesmos, resolvi desacelerar os passos e ouvir mais um pouco da lição que a mãe tentava passar ao filho.

¨- ... Você vai ver que quando precisar de algum favor, por menor que seje (sic), esses que falam que são seus amigos vão te dar uma desculpa e cair fora. Aí, quando eles precisarem de você, ele vão te chamar de 'amigão' na maior cara de pau. É sempre assim, aprende desde já o que eu tô te falando pra você não sofrer no futuro...¨

Confesso que fiquei pensando nisso o caminho até chegar na faculdade. Queria saber se aquilo o que a mãe falou serviria para formar o caráter daquele menino, e que caráter formaria. Fiquei me perguntando se ele ouviria o conselho da mãe e seria, desde tão novo, desconfiado de todos, sem sequer dar-lhes uma chance de provar o contrário. Que a mãe não estava de toda errada, é verdade, o que não faltam são oportunistas. Mas, será que não caberia ao menino descobrir isso na hora certa? Ou será que quanto mais cedo, melhor?

Não sei. Mas sei que se não houvessem erros, dificilmente haveriam acertos na hora de escolher quem estará próximo de nós ao longo da vida. Por mais que nada dure para sempre, é muito confortante saber que aquela pessoa, que você escolheu a dedo e te escolheu também, compartilhará os momentos mais importantes de sua vida, sejam bons ou ruins.

Por tudo o que pensei, agradeço aos meus pais, que fizeram com que eu enxergasse neles, meus melhores amigos e me ensinaram que os amigos são importantes e nos faz aprender a impraticável tarefa de confiar em alguém, que não nós mesmos, sem esperar nada em troca.

Aos meus grandes amigos escolhidos a dedo, que estiveram (e estão) lá quando precisei (e é recíproco), também sem pedir nada em troca, um brinde, porque nós somos muito sortudos por termos encontrados uns aos outros no meio da multidão. Não consigo imaginar como teria sido a minha vida sem vocês por perto.

Amo vocês.

--
Michelle Chieregatti
http://visitaesporadica.blogspot.com

2 comentários:

GG disse...

Que lindo! =]

(engraçado como algumas coisas cruzem a gente e desperta pensamentos tão além, né?)

Wilson disse...

Parabéns, vc é criativa como uma estilista deve ser.