segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Vinho tinto respingado na mesa de jantar. Pratos sujos, taças caídas e velas acesas. Depois de conversas, flertes, negação, carícias, carinhos e beijos no pé do ouvido, mordidas na nuca, cabelos bagunçados, calor, curvas lambidas, roupas deixadas de lado, brincadeiras, corpos entrelaçados, êxtase e olhos nos olhos. Não há café, nem manhã, nem chamas acesas.

Tento, todos os dias, desorientadamente, entender o que amedronta tanto. Se é esperar, ou não saber, ou saber e não gostar de saber ou fantasiar e acordar na realidade fria e sem graça. E chuvosa, porque tem chovido demais e esse é o assunto que as pessoas mais conversam ultimamente. Tiro as roupas do varal? Tiro as do meu corpo? Vou andar de bicicleta? A pé? Levo meus cães pra passear? Ou meus gatos? E os peixes? Fico em casa mais um muito? Porque pouco é essencialmente perfeito e qualquer coisa além, é completamente desnecessário. Toda aquela propaganda enganosa e exagerada que cada um faz de si. Porque sou legal, divertida, inteligente, bonita, boa nisso, boa naquilo. Quem tem saco pra ouvir isso? Ignoro.

Chove, de novo. Como se toda a chuva que caiu nessas 3 últimas semanas não fosse o sufciente pra deus. A casa cheira a mofo, assim como as roupas, os objetos mais queridos, os cães, a comida, o corpo, a alma. Tudo, definitivamente, fede tristeza e não há pra onde correr.