sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Pensamentos aleatórios


Eu tenho uma péssima memória. Me esqueço de datas importantes, de conversas passadas, de pessoas, de nomes, de segredos que me contam e de prazos. Há quem diga que são "felizes os que esquecem, porque aproveitam até mesmo seus equívocos". E é verdade. Esqueço até mesmo das mancadas que dei.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Futilidades

"Preguiça cai de árvore no Jardim Botânico

Bichinho estava sobre um galho que quebrou, mas nada sofreu por causa dos pêlos."
Caramba, que susto!

Alucinações

-Começa à noite, gramado, lago e pessoas chegando. Todas elas estão extremamente felizes. A música começa e é empolgante, enche o peito de alegria e isso me faz esboçar o sorriso mais sincero que já dei. O lugar é ao ar livre e, por isso, tudo fica escuro e muitas luzes coloridas dançam descontroladamente em frente aos meus olhos. Quando respiro fundo, sinto o ar limpo com cheiro de grama molhada. Provavelmente, chove. As pessoas ao meu redor dançam feito as luzes e parecem sentir a mesma euforia que sinto. De repente, tenho a impressão de que tudo está em câmera lenta, exceto a música que continua pulsando no peito.É incrível como todos são bonitos e felizes. Isso me dá uma sensação tão boa que quase me dá vontade de chorar. Um vento gelado, e muito bem vindo, parece tornar, aos poucos, os movimentos mais acelerados, até eles parecerem normais novamente. Sinto a chuva caindo na cabeça e é quando acordo.

-Que legal. Raramente eu tenho alucinações legais assim.

-Pois eu tenho o tempo todo.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Filmes


Aproveitei minhas férias em Piracicaba e fui ao cinema. Como fui com a Amanda e com o Felipe, tive que deixar meus preconceitos de lado e assistir PS: Eu te amo (PS: I love you, 2007), caso contrário eu teria que assistir algum filme de terror trash.


Exceto pela Hilary Swank, todos no filme eram bonitos e interessantes. A história do filme não era lá aquelas coisas e, talvez, por conta da minha TPM, fiquei oscilando entre risadas e choros o filme todo. Uma atenção especial para Gerard Butler e Jeffrey Dean Morgan que estavam extremamente, digamos, sensuais e sedutores. Poderia ficar na sessão “eu recomendo” pela beleza dos dois, mas, pelo restante do filme, vai pra sessão “eu não recomendo”.

Filmes


Assisti, no carnaval, ao filme Eu sou a Lenda (I Am Legend, Mark Protosevich e Akiva Goldsman, baseado em roteiro de John William Corrington e Joyce Hooper Corrington e em livro de Richard Matheson, USA, 2007) e não gostei. Detesto quando os roteiristas colocam um cachorro herói no filme que acaba morrendo por conta de alguma estupidez do seu dono. A história do filme nem foi tão emocionante quanto a morte da cadela que acabou roubando toda cena.


Além da atuação excelente da cachorra Sam, ainda teve a participação final de Alice Braga, que fez Cidade de Deus (Cidade de Deus, Brasil, 2002) que foi boa, mas rápida.


Esse filme fica na sessão “eu não recomendo”.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Filmes


Olha, pra ser bem sincera, nunca fui muito fã de cinema. Acho as cadeiras desconfortáveis, é sempre frio, o som é alto demais e sempre tem pessoas que gostam de fazer comentários tontos durante o filme.


Sou muito mais fã de filme no conforto de casa. Deitar no sofá, temperatura agradável, som agradável e ainda posso parar o filme quando quiser para ir ao banheiro ou para fazer algum comentário.


Além disso, sou grande fã de filmes meio sem pé, nem cabeça. O primeiro mais ou menos assim que assisti, foi Laranja Mecânica (A Clockwork Orange, Stanley Kubrick, USA, 1972). Achei fantástico. Em seguida, assisti Efeito Borboleta (The Butterfly Effect, Eric Bress e J. Mackye Gruber, USA, 2004), Janela Secreta (Secret Window, David Koepp, USA, 2004), Adeus, Lenin (Good Bye, Lenin!, Wolfganger Becker e Bernd Lichtenberg, Alemanha, 2003) e Edukators (Die Fetten Jahre Sind Vorbei, Katharina Held e Hans Weintgartner, Alemanha, 2004). Depois recebi várias indicações do Dalton que pude incluir em minha lista de favoritos. Entre eles estão Cidade dos Sonhos (Mulholland Dr., David Lynch, USA, 2001), Quero ser Jonh Malkovich (Being John Malkovich, Charlie Kaufman, USA, 1999), Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças (Eternal Sunshine of the Spotless Mind, Charlie Kaufman, USA, 2004), O Fabuloso Destino de Amelie Poulain (Le Fabuleux Destin d'Amélie Poulain, Jean-Pierre Jeunet, França, 2001) e Melinda e Melinda (Melinda and Melinda, Woody Allen, USA, 2005). É muito gostoso assistir a um filme onde você possa imaginar coisas sem cabimento e encaixá-las numa cena mais sem cabimento ainda.


O negócio é que nesse fim de semana último, fomos eu, Dalton e Bernardo assistir ao Onde os fracos não tem vez (No Country for Old Men, Ethan Coen e Joel Coen, USA, 2007) no cinema (e preciso confessar que não estava nem um pouco a fim) e foi a melhor coisa que fiz no fim de semana. O filme é sensacional, todo mundo saiu meio revoltado da sala do cinema mas, com certeza, saiu pensando nas várias possibilidades que o filme não contou. Achei tão sensacional que até me deu vontade de ler o livro. Esse filme fica, então, na sessão “eu recomendo”.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Filosofia de bar

- Tá olhando pra você.
- Não tá, não.
- Tá sim
- Então estou olhando pra pessoa errada porque daqui do meu ângulo, só estou vendo aquele cara de costas.
- Quanto você bebeu até agora?
- O suficiente pra não entender o que está acontecendo aqui.
- Hahahahaha. Opa, ele tá vindo pra cá.
- Pelo menos me diz se ele é bonito.
- Sim, bonito.
- Ah que merda. Então é feio. Você tem um gosto péssimo.
- Mentira, você achava o ... Como é mesmo o nome dele?
- ...
- Bom, não importa, você o achava bonito.
- Não lembro de concordar com você nos últimos 10 anos.
- Faz menos tempo que isso.
- Ah, lembrei
- Tá vendo?
- Mas ele era burro feito uma porta. Dava até dó um menino tão bonito ser burro daquele jeito.
- Mas isso é o menos importante.
- Comassim?
- Homem burro é bom de cama.
- Hahahahaha. De onde você tirou isso? É exatamente o contrário.
- Claro que não.
- Claro que sim. Faz todo sentido. Meninos inteligentes lêem mais, logo, eles sabem mais.
- Não. Meninos inteligentes lêem mais, logo, não fazem sexo.
- Hahahahaha Que loucura. Eu não concordo.
- Do que estávamos falando mesmo?
- Estávamos falando das cantadas furadas...
- Ah é.
- ...Mas não lembro de mais nenhuma.
- Nem eu. Mas as que lembramos já eram suficientes. Mas eu gosto de algumas delas.
- Odeio cantadas. No máximo, acho engraçado o esforço para tentar agradar.
- Eu acho válido. Se não fossem pelas cantadas, como conversaríamos com alguém que nos interessa?
- Conversando normalmente. Como você faz pra chegar em alguém?
- Eu nunca chego em alguém. Fico esperando.
- Sério?
- Sim, por que?
- E se o cara que você estiver interessada não vier até você?
- Ah, alguém sempre vem.
- Hahahahaha E você fica na vontade?
- Não, na vontade nunca fico. Todos são substituíveis.
- Doideira. Algumas pessoas não são, não.
- Ah, sei lá. Prefiro pensar assim já que não há outra solução.
- Lógico que há uma outra solução. Você pode chegar no cara, sem cantadas, de preferência.
- Ôo. Até parece.
- Por que não?
- Não tenho coragem, não.
- Hahahahaha Por que?
- O que eu iria falar?
- Conversa normalmente.
- Mas como eu vou conversar com alguém que não conheço?
- Melhor ainda, mais assunto pra conversar.
- Você faz isso?
- Opa. Fica vendo.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Cobain e seus fãs

Acho admirável Kurt Cobain ainda ter admiradores. Vira e mexe alguém faz alguma passeata ou um documentário sobre a vida e a morte de Kurt.

Esses dias eu estava assistindo no canal VH1 (número 23 da Sky) um documentário chamado “As últimas 48 horas de Kurt Cobain”. No documentário, a mesma história de sempre. Onde e com quem ele esteve nos últimos momentos da sua vida vazia.


Enquanto todos os fãs de Nirvana (principalmente do Kurt) acham que ele é o herói do rock, eu acho que ele era o maior bunda mole de toda a história do rock. Tudo começou quando ele queria ganhar dinheiro com música e conseguiu. Até aí, acho louvável. Depois ele queria uma mulher que desse conta de ser a sua Nancy (do Sid Vicious, baixista já morto do Sex Pistols) e encontrou a Courtney Love. Logo, com todo o sucesso que fez numa época em que nada legal acontecia, ele se cansou da fama e alegou que sentia que estava traindo seus fãs com suas músicas comerciais. Teve uma filha para tentar desviar sua frustração mas não adiantou. Acabou se suicidando em sua casa com coincidentes 27 anos, idade com que os grandes nomes do rock morreram.


Vamos entender, então. Queria ganhar dinheiro e ganhou. Coisa absolutamente normal, já que dependemos dele para sobreviver e para nossos caprichos. Aí se sentiu mal por conta do dinheiro que estava ganhando com seu talento, o que é estranho. Por que, então, não parou de fazer shows e ficou tocando no porão de casa? Aí vem as milhões de teorias dos fãs. Uma é que ele não queria abandonar os fãs, o que podemos comprovar que é mentira já que ele os abandonou mesmo quando se matou. Outra é que a Courtney ameaçava deixá-lo caso não continuasse. Concluímos, então, que ele continuava fazendo os shows porque a mulher dele o obrigava, e não por preocupação com os fãs ou porque gostava daquilo. A mais sensata de todas as coisas que já ouvi é que ele queria cheirar todo o dinheiro que ganhou o que acabaria impossibilitando-o de fazer novas músicas. Mesmo assim, acho que o último disco do Nirvana é um dos melhores discos da banda. Se era por conta da heroína, da cocaína e de todas as coisas ilícitas que ele usava, aí já não sei. A pior de todas as teorias é que ele queria ser lembrado pelas coisas boas que fez. Como assim? Precisava ter se matado por isso? Bastava ficar em casa, ou nos hotéis meia-boca que ele gostava e logo logo, todo mundo ia acabar esquecendo de Kurt e de Nirvana. O fato de ele ter se matado é a única coisa que faz as pessoas remexerem no passado e lembrar que Nirvana foi uma boa banda.


Tudo isso me leva a uma outra dimensão chamada Avril Lavigne. Em um depoimento onde ela disse se considerar o “Sid Vicious da nova geração” - por que todo mundo acha que o Sid Vicious é o ponto do punk? Ele era mais um dos losers que mal sabia tocar, estava mais tempo drogado do que no mundo real e nunca disse ou tocou nada, absolutamente nada, que contribuísse com o punk rock, exatamente como a Courtney Love que todos odeiam - acabou ouvindo o que não queria de Johnny Rotten (vocalista do também Sex Pistols, banda montada por um casal, donos de uma sex shop, que queriam divulgar sua nova coleção com roupas de couro e correntes de metal): “Seria muito bom mesmo que ela fosse o Sid Vicious, assim ela já estaria morta”. E complementou “Avril Lavigne é tão punk quanto a Kelly Osbourne” (Kelly Osbourne é a filha do lendário Ozzy Osbourne, que tentou, sem sucesso, fazer como a Sandy ou a Vanessa Camargo e seguir os passos do pai). Por que diabos as pessoas não querem ser elas mesmas?


Fato é que Kurt Cobain ainda é superestimado como cantor, como guitarrista e como pessoa pelos seus fãs neuróticos. Assim como a Avril Lavigne nos dias de hoje. Se a Avril tivesse nascido antes, ela seria a perfeita esposa para o Kurt. Os dois acabariam se comendo, se drogando e se matando porque se achariam a reencarnação de Sid Vicious.


Mas temos que agradecer ao Kurt por ter se matado e feito florescer em Dave Grohl a vontade de ser vocalista e ter montado o Foo Fighters. Um ponto pro Kurt.

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Aos não comedores de animais

Nunca tive nada contra as pessoas que não comem carne. Pelo contrário, já fui uma vegetariana por 2 (longos e tristes) anos e, como toda experiência é válida, aprendi a incluir coisas que eu detestava no meu cardápio. Mas, uma coisa digo, nunca pentelhei ninguém com esse papinho de “seja vegetariano e ganhe a vida eterna”.

O fato que me levou a escrever esse texto foram as coisas mais absurdas que já li desse pessoal fanático por folha de alface. No site http://www.colivre.coop.br/Aurium/Vegetarianismo alguém faz o esforço de tentar colocar na cabeça das pessoas a idéia de que não comer carne faz parte da “evolução da espécie”.

No fim da página, em “argumentos anti-vegetarianos”, o autor escreve os argumentos que ele ouviu de pessoas que comem carne. Um deles era esse:

“Um leão não levaria em conta meu sofrimento.”

E então, a resposta:

“Leão tem esse nível de discernimento? Você acredita mesmo que você vive dentro das regras de uma cadeia alimentar natural? Que noção absurda de justiça é essa que te dá poderes de matar outros seres pela possibilidade de ser morto por um? Um humano poderia te matar tb... e isso é muito mais provável. “

Tá ok, então o leão não tem esse “nível de discernimento”. Isso quer dizer, então, que quando o autor comenta na última questão que é muito mais provável que um outro ser humano nos mate, tudo bem então sairmos matando pessoas por aí?

Logo abaixo dessa lição de justiça, há duas imagens: A foto superior com uma pilha de animais mortos e na inferior, uma pilha de pessoas mortas. Daí a frase no meio das imagens: “Para os animais, todos os humanos são nazistas”. Espera aí, agora os animais tem nível de discernimento? Como é que eles sabem do nazismo? Como eles sabem que somos seres humanos e que vamos matá-los e come-los? Aí ficou um pouco contraditório.

Como se não bastasse toda essa chateação, ainda tem as frases feitas do tipo: “Amigo não leva amigo pro churrasco”. “Se você ama uns, por que come outros?” e por aí vai. Uma coisa é você ser vegetariano ou vegan porque você quis assim, porque você tem seus princípios. Não quer dizer, de forma alguma, que todos precisam fazer e pensar as mesmas coisas e que quem não pensa assim, deve ser banido do mundo.

Que péssimo hábito as pessoas tem de pregar pra todo mundo suas crenças. Imagina o quanto seria chato viver num mundo onde todos pensassem da mesma forma? Imagina viver num mundo sem churrasco? Aliás, não chamar o amigo pra ir no churrasco é falta de educação. E o livre-arbítrio?

Argumento bom, é argumento com coerência. Sem isso, a melhor coisa a fazer é ficar bem quietinho comendo a cenoura em casa.

Isso acaba nos levando ao extremismo das pessoas. Não conheço nenhum vegan sequer que não seja extremista. E não conheço nenhum vegan que não faça terapia, ou que não seja frustrado sexualmente, ou que não viva indo pro hospital com problemas estomacais e com anemia. De toda a história da humanidade, os extremistas foram os ditadores mais neuróticos. Um grande exemplo, Hitler, que, coincidentemente, era vegetariano, tinha graves problemas no estômago e o psicológico, nem precisamos comentar. O problema de pessoas fanáticas é que elas acabam saindo de uma linha de raciocínio e partem para a mais pura ignorância. Começam não comendo carne e terminam matando uma população inteira. Ainda bem que o Hitler prosseguiu com a linha de raciocínio dele e se matou. Talvez esses problemas mentais e físicos ocorram por falta de carne. Sim, um contra-filé mal passado, um frango na grelha, bacon, salame.

Os vegetarianos podem até ter bons motivos particulares para não gostar de carne e preferir legumes e verduras. Mas mexer no meu prato enquanto eu estiver degustando uma picanha deliciosa pra falar em defesa dos animais (que sequer tem discernimento, né?), aí já é demais.